No mundo existem cerca de 1200 espécies de morcegos, representados em todos
os Continentes, com exceção apenas do Ártico, do Antártico, e algumas ilhas
isoladas. As suas dimensões são muito variáveis, sendo um morcego, o mais pequeno
mamífero conhecido ( Craseonycteris thonglongyai ), com o tamanho de uma abelha e
pesando 1,5g, até às raposas voadoras com 1000g e 1,5m de envergadura (Género Pteropus).
Em Portugal conhecem-se 27 espécies, que representam 40 por cento da fauna
de mamíferos terrestres do país.
Os morcegos que existem em Portugal, são essencialmente insectívoros,
comendo borboletas noturnas, escaravelhos, grilos e outros pequenos insetos
voadores, como os mosquitos. Algumas espécies de morcegos comem metade do seu
próprio peso em insetos numa só noite, conferindo-lhe um papel fundamental no
equilíbrio dos ecossistemas, como controladores de pragas agrícolas e
florestais.
Ameaças
Os morcegos
são de uma importância vital para o nosso ambiente e bem-estar, ajudando a
manter a biodiversidade e o funcionamento dos ecossistemas em todo mundo. No
entanto, mais de um quinto de todas as espécies de morcegos encontra-se
ameaçada.
Em Portugal, 9
espécies possuem um estatuto de ameaça de acordo com o Livro Vermelho dos
Vertebrados de Portugal (2005).
Considera-se
que as principais ameaças para os morcegos resultam de perturbações causadas
pelo Homem, que destroem ou alteram os habitats e das quais são exemplo a
perturbação de abrigos (especialmente durante as épocas de hibernação e maternidade),
o uso excessivo de pesticidas e a perseguição deliberada. No entanto, existem
outras ameaças de importância crescente, como a mortalidade causada por
atropelamentos e colisões com aerogeradores.
Conservação
O Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) em
colaboração com outras entidades públicas e privadas tem vindo a realizar
várias ações de conservação e valorização das diferentes espécies de morcegos
existentes em Portugal:
- Esclarecimento da população sobre a importância dos morcegos;
- Estudo da seleção dos habitats de alimentação;
- Avaliação dos recursos alimentares;
- Monitorização dos abrigos de criação e de hibernação;
- Proteção dos abrigos com vedações;
- Estudos sobre caixas-abrigo para morcegos.
Estatutos de Proteção:
Em Portugal a maioria dos abrigos subterrâneos está incluída na Rede Natura
2000.
Os morcegos e os seus abrigos são protegidos por lei:
- Convenção de Berna
- Diretiva Habitats
- Convenção de Bona
A Convenção de Bona levou à criação do Acordo sobre a Conservação de
Populações de Morcegos Europeus (EUROBATS).
Referências Bibliográficas
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